quinta-feira, 31 de março de 2016

Como a minha vida virou de cabeça pra baixo...

 Não tem sentindo eu contar para vocês (falo como se houvesse tanta gente que se importa tanto assim com a minha vida, quem dera...) todos os episódios horríveis da minha vida sem explicar a origem, ou seja, como isso começou. Até o 5º ano eu me sentia a criança mais feliz do mundo, tinha muitos amigos, minha escola era ótima, parecia a vida perfeita (pra uma criança). E então chegou o dia em que eu tive de me mudar pra outra cidade. Me despedi dos meus amigos de longo prazo e chorei muito durante alguns dias, mas resolvi que tinha que levantar a cabeça e seguir em frente.  Comecei a ver as coisas pelo lado bom: me mudei para um condomínio então faria muitos amigos; minha casa era linda, meu quarto era demais; tinha uma piscina, e eu amo nadar. Passaram as férias e tinha chegado a hora que eu estava temendo: a volta ás aulas. Na verdade o medo era da nova escola, pois estava desacostumada a ser a novata, não sabia o que as pessoas pensariam de mim, mas estava confiante, ficava imaginando se as garotas eram legais, se os meninos eram iguais aos da minha antiga escola, e os professores, chatos ou legais? Cheguei na nova escola no primeiro dia de aula, e ninguém falou comigo além dos professores, isso baixou todas as minhas expectativas. Segundo dia, ninguém veio falar comigo de novo. Mas, o terceiro dia foi o pior, preferia que tivesse sido como o primeiro ou o segundo, mas não; no terceiro dia de aula começaram a me zoar. Eu era baixinha e não tinha nada de corpo, talvez fosse por isso, me senti muito mal naquela primeira semana. Apesar de ter feito poucos amigos, o 6º ano não foi um ano muito bom pra mim, sempre tinha alguém zombando de mim. No 7º ano mudei pra turma da manhã, nos primeiros dias algumas pessoas falaram comigo, outras me zoaram, mas só uma garota realmente se importou comigo. Ficamos muito boas amigas, talvez pelo fato de que nós duas sofríamos bullying das mesmas pessoas. Mas com o tempo rolou um boato de que minha amiga era bi (caso você não saiba, é uma pessoa que gosta de meninos e meninas). Foi aí que piorou, ela começou a sofrer depressão e eu fui chamada de lésbica por mais de um mês só porque eu andava com ela. No 8º ano, já tinha alguns amigos na sala, mas não foi o suficiente. Pra me livrar de todos aqueles insultos e o sofrimento comecei a fazer uma coisa terrível a mim mesma, e não conseguia parar. Foi assim durante muito tempo. Foram nesses 3 anos quase insuportáveis que descobri que até o 5º ano, quando ainda era uma criança, nunca tinha sofrido de verdade, que aquilo não era uma vida de verdade, era só uma ilusão, como quando você está a caçar um passarinho, você o ilude com uma migalha de pão até a sua armadilha e depois o prende, mostrando a ele a verdade sobre aquilo tudo, uma realidade complicada e cruel.

- Blair

Música que eu costumava ouvir "naqueles momentos": Breathe Me - Sia


domingo, 27 de março de 2016

Constrangimento

  Escola nova. Gente nova. E o aluno novo, no caso, eu. Só conhecia uma única pessoa naquele lugar, e tinha que ser a pior. Sofri bullying dela há alguns anos, eu nunca vou esquecer esse rosto, e pelo que parece, ela também não esqueceu. Me sentei o mais longe possível do que parecia ser uma armadilha social para pessoas como eu. A aula foi normal, sobrevivi ao primeiro dia. Foi estranho, era tudo muito diferente do que eu estava acostumado. Só tinha uma coisa naquela escola que me deixava feliz o suficiente para esquecer os "valentões", e era ela, aquela garota; baixinha como eu, cabelos castanhos e enrolados, ela era perfeita para mim. Fiquei a observando de longe durante muitos dias, esperando coragem para conseguir falar com ela; então, chegou o dia em que eu fiz uma aposta pra mim mesmo: "Se você não for falar com ela hoje, você não vai poder comprar a próxima edição daquele mangá que você tanto quer", EU TINHA QUE FALAR COM ELA! Na hora do intervalo, fui me aproximando, de uma forma que meu coração já estava a ponto de explodir; quando cheguei perto o suficiente para que ela me ouvisse, eu perguntei; "Oi, notei que você está usando um colar do One Piece, você curte?", CONSEGUI!!! Nós passamos o intervalo inteiro conversando sobre Animes e Mangás, foi incrível! No dia seguinte, eu tinha certeza de que iríamos conversar de novo; quando a encontrei e fui em sua direção, antes mesmo que eu chegasse tão perto ela me viu e acenou, e foi nessa hora que eu queria sumir e nunca mais voltar; e porque? Porque senti que haviam abaixado minhas calças na frente dela e de toda a escola, sabia quem era, mas não pude fazer nada, só saí correndo, muito constrangido; só conseguia pensar em como alguém podia fazer isso com outra pessoa, e como aquela garota nunca mais ia olhar na minha cara, e como eu passaria o resto do ano com vergonha de olhar pra qualquer um. Fui ao banheiro, sentei num canto e chorei, sim chorei muito, baixo, mas chorei. Fui pra sala quando bateu o sinal, e passei as últimas aulas de cabeça baixa, ignorando todo tipo de comentário. Cheguei em casa e minha mãe perguntou como tinha sido a aula, e eu respondi: "Foi tudo ótimo, como sempre", menti. Não podia fazer nada, não podia dizer nada. Fui para o meu quarto e comecei a jogar, só queria esquecer esse constrangimento horrível.

- Austin

quinta-feira, 24 de março de 2016

Naquela aula de geografia

  Junho de 2015, me sentei no mesmo lugar de sempre na sala, gosto do fundo. Estava eu numa aula de geografia, distraída, olhando para aqueles mapas, pensando se um dia eu poderia viajar pra qualquer lugar daquela esfera de 7.917,5 milhas chamada Terra, um pensamento estranho, eu sei; até que jogaram um bilhete em minha mesa, estava escrito: "É assim que as vacas se comportam quando não estão "pastando"? Pensando numa burrice qualquer?!", não estava escrito exatamente com essas palavras, se é que você me entendeu. Eu ignorei este, mas aí veio o segundo, uma coisa bem pior, a qual não preciso mencionar, e então o terceiro, o quarto, e mais uma série de bilhetes ofensivos que podiam destruir o dia de uma pessoa em segundos; aquela dor horrível bateu no peito, e ela tem vários nomes: bullying, exclusão, rejeição... Veio tudo de uma vez, como uma onda encharcando a areia. Me levantei, com a expressão firme, joguei os bilhetes no lixo e pedi ao professor para ir ao banheiro; mantive a postura até entrar na cabine e então eu desabei,  me senti pesada, sem chão, sem razão para voltar lá, queria sumir dali, ir pra qualquer lugar em que eu pudesse ficar sozinha, onde ninguém me veria chorar. Mas não podia fazer nada além de lavar o rosto e voltar para a sala como se nada tivesse acontecido, minha cara não parecia com a de alguém que chorou a pouco tempo, depois de um tempo eu aprendi a controlar isso, entrei e me sentei, peguei uma folha e comecei a desenhar, era uma das coisas que me fazia bem. Por algum motivo, não recebi mais nenhum bilhete, talvez quem mandou tenha se cansado de escrever, é uma pena, porque prefiro ler do que ouvir, e eu sabia que não ia parar tão cedo.

-Blair

Música pra essa situação: Try - Pink

"Where there is desire there is gonna be a flame
Where there is a flame someone's bound to get burned
But just because it burns doesn't mean you're gonna die
You've gotta get up and try, try, try..."

Quem sou eu? Apenas... Eu mesmo.

 Bom, como vocês já sabem, meu nome é Austin. Eu sou daqueles garotos que tem na maioria das vezes um sorriso no rosto, adoro jogar com meus amigos, da mesma forma que adoro ler mangás e dormir enquanto leio kkkkkk. Sobre vida social... bom, não é das melhores, más é o suficiente.
 Nunca fui daqueles garotos que seguem modinhas estranhas ou sai pegando todo mundo mas, eu gosto de ser eu mesmo. Tenho certeza de que muitas pessoas tem vários problemas e reclamam deles o tempo todo, mas eu os deixo de lado ou os enfrento da melhor forma possível, para que perder tempo reclamando enquanto você pode colocar um sorriso no rosto e perceber que você tem coisas melhores para fazer. Sou muito feliz mas, tem coisas ou pessoas que me irritam muito, muito mesmo (às vezes até sem motivo). 
  Nesta página vou contar coisas que acontecem comigo e com as pessoas ao meu redor. Você pode se surpreender.

- Austin

Quem sou eu? A garota do fundo da sala.

  Você já parou para pensar em como é vida daquele menino ou daquela menina que senta no fundo da sala, sozinho, normalmente lendo um livro, ou fazendo uma tarefa em silêncio, olhando para as outras pessoas com um olhar misterioso? E talvez se perguntou o que passa na cabeça dele? Meu nome é Blair, e eu sou uma dessas garotas que senta no fundo da sala. Eu, tanto quanto qualquer um, imagino o que as pessoas pensam o tempo todo, mas eu imagino mais ainda o que elas pensam sobre mim. Ou não pensam? É isso que você vai saber aqui, você pode achar a minha vida entediante, estranha ou sem graça, e não te culpo, porque na maioria das vezes eu também acho isso; ou, você pode descobrir que a menina do fundo da sala tem uma vida extraordinária e cheia de mistérios. Não se engane com a minha aparência, você pode se surpreender.

- Blair